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Visual Law e Legal Design: entenda a diferença




O cenário jurídico vem passando por importantes transformações nos últimos tempos. Nesse contexto, é possível perceber que a estética e a objetividade, muitas vezes relegadas a segundo plano, emergem como elementos importantes para a eficácia das comunicações legais.


Por isso, neste texto, vamos explorar a evolução do design no campo jurídico, destacando em especial o Legal Design e o Visual Law, dois protagonistas desse cenário dinâmico.


O que é Legal Design e Visual Law?


Tanto o Legal Design como o Visual Law são termos que têm ganhado destaque entre escritórios de advocacia e departamentos jurídicos. No entanto, é fundamental compreender que são termos com definições distintas e também propósitos específicos.


O Legal Design se refere à aplicação de princípios de design no desenvolvimento de documentos legais, contratos e demais instrumentos jurídicos. A ênfase reside na criação de uma experiência do usuário mais acessível e compreensível.

Já o Visual Law, por outro lado, expande essa abordagem ao incorporar elementos visuais, como gráficos, infográficos e representações visuais, com o intuito de facilitar a compreensão do conteúdo legal.


Vale destacar, no entanto, que ambos compartilham a premissa de tornar o Direito mais palatável para aqueles que não possuem formação jurídica.


Compreendendo melhor o Legal Design


O Legal Design coloca o usuário no centro do processo de comunicação de escritórios de advocacia e departamentos jurídicos, simplificando a linguagem legal e tornando os documentos jurídicos mais acessíveis, inclusive para leigos. Há várias características dele que vale a pena destacar. Entre as principais estão:


Foco na compreensão do usuário


É possível dizer que, no cerne do Legal Design, está o compromisso de que o usuário leigo possa compreender o material que chega até ele.


Agora, observe que esse é um aspecto que vai além da mera simplificação da linguagem jurídica, envolvendo uma abordagem holística baseada nos princípios do design thinking.


Ou seja, há a adoção de uma mentalidade empática, em que quem produz o material busca compreender tanto o que os usuários declaram precisar como também aquilo que eles não dizem necessitar.


O Legal Design busca compreender o contexto em que um documento, por exemplo, será utilizado. Isso inclui considerar o perfil do público-alvo, as circunstâncias específicas e a finalidade.


A análise detalhada de quem é o usuário final possibilita o desenvolvimento de conteúdos que não apenas cumpram as exigências legais, mas que sejam verdadeiramente úteis e compreensíveis.


Ênfase na experiência do usuário


Uma experiência do usuário positiva é algo que se tornou uma necessidade na prática jurídica contemporânea.


O Legal Design visa eliminar as barreiras percebidas entre o conteúdo legal e os usuários finais. Ele desafia a linguagem tradicionalmente complexa do Direito, optando por uma comunicação direta.


Ao escolher palavras e estruturas que transcendem jargões herméticos, a abordagem procura assegurar que haja a compreensão para um público amplo, independentemente de sua formação. 


Vale destacar que essa simplificação linguística não sacrifica a precisão, mas sim promove uma interpretação mais acessível da informação.


Explorando as características do Visual Law


No universo do Visual Law, a comunicação vai além das palavras e se torna visualmente impactante. Diversos tipos de elementos gráficos, representações visuais e infográficos transformam conceitos jurídicos complexos em informações acessíveis, redefinindo a maneira como o Direito é compreendido.


Vale a pena dizer que o Visual Law vai muito além da estética. Essa abordagem não apenas torna o material atraente, mas também mais digerível para uma audiência diversificada.


Simplificação de conceitos jurídicos


O Visual Law merece destaque pela grande capacidade de simplificar conceitos jurídicos, transformando a informação em algo acessível mesmo para aqueles sem formação jurídica.


Uma exemplificação desse processo reside na representação visual de contratos complexos por meio de gráficos e infográficos. Um documento típico, cheio de cláusulas densas e linguagem técnica, é intimidante para indivíduos leigos. 


No entanto, o Visual Law intervém ao criar uma representação visual desse contrato, apresentando as principais disposições de forma gráfica e compreensível. Diagramas e fluxogramas eventualmente podem ser utilizados para ilustrar as relações contratuais, destacando de modo bastante objetivo e simples as obrigações das partes envolvidas.


Por exemplo, considere que uma representação visual mostre as responsabilidades de cada parte em um contrato comercial utilizando ícones e setas para indicar fluxos de obrigações e condições. 


Isso não apenas simplifica o entendimento, mas também oferece uma visão panorâmica das relações contratuais, permitindo que aqueles sem formação no Direito entendam facilmente o escopo e as implicações do acordo.


A simbiose entre Legal Design e Visual Law: integração para uma comunicação eficaz


A verdadeira inovação surge quando Legal Design e Visual Law se entrelaçam, resultando em uma comunicação jurídica poderosa. 


A abordagem centrada do primeiro, combinada com os recursos visuais impactantes do segundo, cria um ambiente onde a objetividade e a estética convergem para uma eficácia sem precedentes.


Essa integração não apenas beneficia os profissionais do Direito em escritórios de advocacia e departamentos jurídicos, tornando seu trabalho mais compreensível e eficiente, como também empodera os clientes ao proporcionar a eles acesso simplificado ao sistema legal. 


Com isso, cumpre-se um objetivo de fazer uma comunicação eficaz no Direito, o que é essencial para a construção de uma sociedade justa e informada.


Texto retirado do site da Thomson Reuters

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